quarta-feira, 17 de julho de 2019

Presente

14 por 10
É um sinal
Alienação banal
Parente, "amigos", parental
Mágoa descomunal
Inveja, ódio, atitude humana normal

Projeção, estigma, percepção seletiva
Afeta, desperta
esperta, esperto
Oásis no deserto
Oportunismo tiro certo
Inimigo social

Vida incoerente
Nasce um dissidente
Legado esquecido
Agora residente
Do vazio existente
Do completo quimérico
Ou melhor...
Do distópico inerente



segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Vacina minha alma

És me aqui novamente, muito tempo sem escrever nada.
Dedico este texto ao meu filho Zaki Adriel que completou 6 meses no 21 de novembro.


Ainda com dias de idade a criança tem que tomar uma vacina chamada BCG, é aquela que deixa uma marca em nosso braço para o resto da vida.
É complexo analisar uma vacina pelo seu lado poético, pois são tantos paradoxos de sentimentos que o texto não consegue se concretizar. Fica ali na "cachola" dando voltas sem querer se materializar.

Então, essa BCG é dada por injeção, dai tu que é pai ou mãe vendo uma criancinha tão frágil, precisando de todos os cuidados possíveis levar uma furadinha dolorida e sentirem aquele instante de dor que parece uma eternidade; o choro, o grito, mas as lágrimas caindo sem nenhuma manha, é doloroso demais e não to nem falando da criança, to falando dos pais, mas principalmente do pai (eu). Sinceramente não sei quem inventou esse negócio do sexo frágil ser a mulher, pois a mãe é claro que sente o aperto forte no coração, mas aquele choro me doeu lá na alma. Mas o mais engraçado disso tudo é a covardia de deixar as lágrimas caírem, me segurei como pude para não externar o desabafo dos olhos, mas essa resistência se derramou toda por dentro sufocando ainda mais o pobre do coração.

Depois da vacina, a gente volta pra casa aliviados torcendo para que as reações pós-vacina não aconteçam ou sejam mínimas.

Beleza então, eu poderia contar  mês a mês do sofrimento que me ocorreu com cada vacinação, mas eu queria dedicar com mais enfase as 3 vacinas que o meu filho tomou da tal PENTAVALENTE. terror das criancinhas e o desespero dos pais. Essa é uma vacina de extrema importância para as crianças, até pelo nome se percebe, mas meu amigo, minha amiga...
Antes de tomar essa vacina meu filho já tinha tomado duas, a primeira ele chorou, chorou, chorou, mas como tava no peito da mãe, logo parou. Daí vem a segunda, ai a gente começa a se questionar, por que? Duas vacinas numa criancinha? Quando a gente pensa que já está livre, vem a segunda, e essa segunda meu amigo, minha amiga, dói no coração, dói na alma, dói demais! E repito, não to falando nem da criança que tá sentindo aquela dor forte da furada, mas tô falando de mim, que a empatia de ser pai desejava com toda força do mundo tá no lugar do meu filho ou de tocar a mão num gesto milagroso e fazer cessar aquela dor e aquele choro soluçante perturbador. É sério, a sensação que tive é de nunca ter sentido tanta dor na minha vida. Mas a tal PENTAVALENTE não era nem a segunda ainda. Naquele momento já dava vontade de carregar meu filho para casa e voltar outro dia para tomar aquela terceira injeção, mas não fomos embora, porém pedimos para esperar que ele se acalmasse mais para tomar a terceira. As duas primeira foram nas duas pernas, a terceira seria em uma delas. É sério, pensei muitas vezes em deixar para depois, mas sabíamos que aquilo apesar de parecer contraditório é um grande gesto de amor.
E lá fomos para terceira vacina, engraçado que essa PENTAVALENTE nem foi a mais dolorida, apesar de já ter sido a terceira, mas doeu bastante também, mas eu já nem tinha mais lágrima para desabafo dos olhos, pois secou tudo na segunda vacina. O interessante é que neste dia eu também tomei três vacinas e olha que tenho pavor a agulha, mas acredite, tomei as três sem senti um pingo de dor, eu estava tão anestesiado com a dor do meu filho que não senti nada, absolutamente nada.

Recobrando agora a memória, lembrei que na verdade foram quatro vacinas, mas a primeira foi a sonhada gotinha. Quem dera meu Deus se fossem todas assim.

Enfim, se a PENTAVALENTE nem foi a mais dolorosa porque esse destaque?
Respondo, por dois motivos:
1 - Por que ela é a última, onde estamos mais frágeis, nos questionando porque nosso filho tem que passar por aquele processo doloroso mais uma vez e...
2 - Porque o problema dela não é durante a picada, meu amigo, minha amiga, meu bebê que é cheio de energia, ficou todo dodoizinho, digo, com febre e o corpo molinho, a reação da PENTA é FODA! Mas a enfermeira já havia nos alertado das reações, por isso ficamos tranquilos neste sentido, mas quando eu digo que é FODA é porque depois de tudo, quando a gente acha que acabou ainda tem que lhe dá com as reações. Dá uma pena do diacho de ver a criança tão dodói.
Mas se tu acha que acabou, não! Por ter levado três injeções, a perna do bebê fica muito inchada e dolorida, então não dá pra carregar de qualquer jeito. Pra se ter uma ideia, eu fiquei de 10h da manhã até 22h da noite com o meu filho no colo, não dava para colocar ele na cama que ele chorava. Eu só conseguir deitar ele na cama porque tivemos a ideia de colocar o colchãozinho que ele dormia no meu peito, daí tiramos o colchão com todo cuidado com ele em cima e colocamos na cama, foi a primeira vez que ele dormiu de barriga pra baixo.
Mas enfim, aquele dia tinha terminado, mas ficamos super atentos e preocupados de como seria o sono dele, mas graças a Deus ele dormiu bem.
No dia seguinte aquela expectativa enorme ao acordar e para nossa surpresa ele acordou super bem, ainda com as perninhas doloridas, mas a febre já tinha acabado e o humor dele estava de volta.

A segunda dose da PENTAVALENTE já foi com 3 ou 4 meses, o processo foi menos doloroso que o primeiro tanto para ele quanto para nós, pois eu conseguir segurar mais o choro, não que não tenha doido bastante novamente, mas me sentir mais forte para enfrentar aquela situação. Já a reação desta segunda também foi menos complicada, pois apesar de ele ter febre e ficar com a perna dolorida ele conseguiu dormi na cama durante o dia e com menos dor.

A terceira dose da PENTAVALENTE foi agora a pouco 23/11/18, e é por isso que estou escrevendo este texto, pois desta vez ele só tomou duas vacinas, a pentavalente foi a segunda, mas foi bem dolorosa para ele, e se foi dolorosa para ele, foi o dobro para mim e para a mãe. A lágrima veio novamente nos meus olhos, e eu achava que já estava forte o suficiente. Ele novamente ficou com febre e bem dengoso, mas conseguir colocá-lo na cama e dormiu bastante tempo durante o dia. No segundo dia da vacina uma das pernas ainda estava muito inchada e ele não conseguia mexer esta perna direito, na verdade ele mexia, mas bem menos que a outra, isso me preocupou bastante apesar de ser alertado sobre isso, e ainda assim fui ler relatos de pais sobre essa situação na internet. Colocamos bastante compresso de água gelada na perninha dele que ajudou bastante, e no terceiro dia, a perninha já estava de boa, Graças a Deus!

Antes iniciar o final deste texto, um fato engraçado. A enfermeira não lembrava de mim, dai ela perguntou, você é o pai fujão que sai na hora da vacina? Eu disse não. Sou o pai chorão.
Enfim, esse é um pequeno relato de um pai cheio de amor e empatia para com o filho e de como é doloroso passar por todo este processo, desejo muito que um dia a ciência avance tanto que não seja necessário mais a vacina através da injeção. Torcemos (pais e crianças) que seja apenas através das gotinhas. Mas enquanto essa evolução não chega, É MAIS DO QUE NECESSÁRIO VACINAR NOSSOS FILHOS! Esse é um grande gesto de amor e responsabilidade.

E apesar de todo esse sofrimento, me sinto mais protetor, mais responsável, mais sensível e com um amor enorme para dá ao meu bebê. Pensando nisso tudo, termino dizendo:
A vacina não evita só as doenças, evita também o desamor, o desapego. Então por mais que tu seja covarde que nem eu, coragem! Participe de todo esse processo sensibilizador!

 Segundo dia após a vacina



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Energia em mim

Veio assim
Diferente de tudo que já vi
Como pode essa força fluir tão intensamente aqui
Dentro de mim

Modificando minhas atitudes
Meus sonhos
Meus medos
Enfim...
O que está em jogo eu já conheço
Mas até que ponto eu posso permiti?

Parece uma aposta muito arriscada
Se colocar numa balança pra ser julgado
E perder tudo numa só cartada
Que energia é essa dentro de mim?

Pulsante, envolvente
Guias meus passos
Despedaça os meus pecados
Entorpeceu meu querubim
Que energia é essa dentro de mim?

Já previ todos os percalços
Já desci de todos os saltos
Humildemente tenho que ir

Amigos
Amores
Trabalhos
Verdades
Mistérios
Segredos
Valores
Interrogações que não tem fim.

Segue homem teus passos
Desata nós e faz teus laços
O teu caminho vai descobrir
Mas só no fim saberás de fato
Que energia é essa dentro de ti


quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Viver em equipe: o ponto de equilíbrio entre o sonho do proativo e a morosidade dos comuns.

Certa vez, eu estava entusiasmado, repleto de ideias, eufórico, ligado nos 220 volts, querendo alcançar novas metas, novos sonhos, novas realidades.
Para isso, eu precisava contar com o apoio de várias pessoas que trabalhavam comigo, mas a maioria delas não tinham capacidade técnica para abraçar certas tarefas, realizar novas façanhas. Então, como um líder antigo e com muitos conhecimentos acumulados, eu cobrava proatividade das pessoas, tentava sempre tirá-las da zona de conforto, repassei esses conhecimentos, investir muito em formações.
Enquanto isso, eu realizava com todo o prazer do mundo todas as tarefas essenciais que a equipe não conseguia fazer, porém, o tempo passava e eu continuava fazendo o trabalho dos outros, mas eu não desanimava porque aquilo me dava prazer. Foi então, que no começo de um novo ano, quando eu iria fazer as mesmas coisas dos anos anteriores, mas com a mesma esperança de ver o crescimento e o desabrochar da minha equipe, duas sabias mulheres me chamaram para uma conversa complicada.
Elas me revelaram uma pessoa que havia dentro de mim, que eu nunca imaginaria que pudesse existir. O acumulo de experiência e conhecimento também cega.
Elas não disseram com essas palavras, mas deram a entender que todo aquele entusiasmo, que toda aquela proatividade, que toda aquela cobrança me tornava uma pessoa centralizadora, mas logo eu, que sempre me considerei a pessoa mais coletiva daquele grupo, que sempre respeitei a opinião de todos, que sempre incentivei o crescimento individual e coletivo? Me disseram ainda que eu precisava respeitar o tempo das pessoas. Essas revelações nunca haviam me ocorrido.
Pois bem, o baque foi grande, de certa forma eu entendia que elas tinham razão, quando num grupo tão grande, eu assumia diversas tarefas que não eram minhas, mas eu questionava, mas as coisas precisam andar, o tempo não para.
De certa forma, eu me desanimei, mas não ao ponto de deixar de realizar minhas tarefas com afinco, mas de respeitar o tempo das pessoas e deixar o barco navegar conforme a remada do coletivo.
As pessoas perceberam que algum brilho em mim havia desaparecido, e me perguntavam o que havia acontecido, mas eu já estava convencido que aquele brilho extra era da pessoa centralizadora que havia em mim, e eu nunca quis este brilho, só não percebia que brilho era aquele.
O tempo passou, o barco continua navegando, porém não existe mais um capitão, a ilha do tesouro estava apenas a dois km, mas a bussola quebrou, a navegação está a deriva.
Após algum tempo, novamente reencontramos as duas sábias, elas percebendo que o barco já não navegava pelas correntes corretas, trovejaram para todo o grupo. Se vocês não remarem mais fortes, todos serão jogadas no mar para os tubarões.
Eita, quase enlouqueci, dai perguntei, mas e o respeito ao tempo das pessoas?

Talvez essa seja a grande questão. Quanto tempo esperar?

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Poesia

DESIGUALDADE
Debruçada no berço esplêndido 
Da brasilidade
Berra, ladra, brada
A madame desigualdade

Na cor, no gênero
No campo, na cidade
Berra, ladra, brada
A senhora desigualdade
Amada por poucos
Que têm muito
Combatida por muitos
Que têm pouco
Não se abala, não se cala
Prevalece a sua fala
Por toda a sociedade
Debocha, esnoba, canta, mata
Idolatrada pátria amada DESIGUALDADE!
(Rodrigo Pita)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Decisão - poesia


Decisão

Conflito iminente entre razão e a paixão

Caminho percorrido entre a soma e a subtração

Alvo escolhido pela mente ou coração.


Rodrigo Pita

Ferida que não sara - poesia


Ferida que não sara
Perturba a alma
E a mente não cala
Derruba o corpo
E o medo não pára

Trauma permanente
Prega peças na sua mente
Atormenta o riso
O coração sente
Melhor seria está inconsciente

Vida marcada
Dejavuh de sensala
Carnificina de alma
Ferida que não sara

Rodrigo Pita